sábado, 27 de agosto de 2011

Causo caipira

Acordar as seis não é problema pra’queles que levam a vida com prazer e tanta simplicidade. Dá gosto de ver. O sorriso estampado na cara, mesmo sabendo que o dia será longo. O cheiro do café fresquinho passado na hora rendia suspiros de quem estava parado na porta apreciando o nascer do sol. A vida era aquilo ali: O galo cantava e o dia nascia acompanhando a orquestra da terra, de muito longe já se ouvia os galopes, eram outros que, na mesma situação, acordavam cedo pra trabalhar na roça, ou seria “trabaiá na roça”. Indefinível: Prazer de viver e vontade de vencer, mas sem sair daquela rotina pacata, porém feliz. Incomparável: Quem em sã consciência trocaria essa vida “chapéu de palha” por uma vida “terno e gravata”, cheia de dores de cabeça e tomada pelo estresse? Pensar nisso já trazia até certa paz de espírito, já que nos meios urbanos, as pessoas se consideram mais humanas, mas na verdade, não vivem tão intensamente, “humanamente”. Chega a ser irônico não?
Cheiro de broa de fubá e biscoito de polvilho, só aquilo já fazia ganhar o dia. O café da manhã era marcado, hora de comunhão com a família. Trocar problemas, conflitos, se é que aquela vida poderia render conflito. Saindo de casa, o sol já estava raiando, parece que até no sol tem diferença, ele nasce mais alegre, mais vivo apesar de ser exaustivo pra quem passava o dia sob o escaldante dilema de vossa senhoria. A mão rapidamente á passava pela testa, já ensopada de suor. Isso não era problema, porque brasileiro que é brasileiro faz piada até daquelas situações que para o resto do mundo seria “The End”.
O almoço no meio do meio do mato era trazido pela filha com largo sorriso que desejava bom apetite, o que para os urbanos é quase surreal atitude como essa. O dia continua passando e na vida vai se pensando, um filme vai passando, e de longe sonhando, de perto rezando pra que a simplicidade seja um ponto a mais. Seja uma prioridade. Pra que as pessoas pudessem dar valor aos mínimos detalhes da vida.

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